Visita a Ayodhya, na Índia. Mítica cidade natal do Deus Rama | Por Juarez Duarte Bomfim

Juarez Bomfim e as sandálias de Rama
Juarez Bomfim e as sandálias de Rama

Este que vos escreve, Juarez Bomfim, e sua amada consorte, Cecilia Maringoni, tiveram a felicidade de visitar e conhecer Ayodhya, a mítica cidade natal do Senhor Rama, Deus Supremo dos hindus – que se fez homem e habitou entre nós.

Rama é considerado a 7ª encarnação de Vishnu na Terra, e sua missão foi de restaurar o Dharma, a vida reta e justa.

“Sempre que o mundo declina em virtude e justiça; sempre que imperam o vício e a injustiça, venho Eu, o Senhor, e apareço no meu mundo em forma visível, nascendo e vivendo como homem entre os homens. A minha influência e Doutrina destroem o mal e a injustiça, e restabelecem a virtude e a justiça” (Bhagavad Gita 4:7-9).

O Senhor Rama veio à Terra ao final da Treta Yuga (Idade de Prata), tendo 3 principais objetivos:

  1. proteger os devotos;
  2. restabelecer a verdade;
  3. matar os demônios.

A sua epopeia é narrada no poema épico Ramayana, escrito pelo sábio Valmiki.

Valmiki

 Olhem que mito interessante eu ouvi de um swami (mestre espiritual), lá na Índia:

 O sábio Valmiki, autor do Ramayana, era um bandido (e tinha um outro nome). Assaltou um grupo de rishis (homens sábios) e depois se arrependeu.

Quando ele pediu para os rishis ajudá-lo a se corrigir, o orientaram:

 – Repita incessantemente o nome de Rama.

Com o peso das suas culpas, Valmiki não conseguia pronunciar o nome do Senhor. Os rishis lhe disseram:

– Tente pronunciar ao contrário: amar amar amar amar amar amar…

E assim Valmiki fez: e conseguiu: amaramaramaramar… ama rama rama… Ele ou anos e anos repetindo o nome do Senhor, em austeridades, sentado numa caverna.

As formigas cobriram totalmente o seu corpo. Daí que o nome Valmiki significa (aproximadamente) “renascido do formigueiro “.

Ramayana

Acredita-se que a “saga de Rama” (Ramayana) foi escrita há cerca de 2.000 anos, sendo Valmiki o compilador de uma tradição oral que existia já há 8.000 anos, declamada por trovadores em feiras livres e outros espaços públicos.

Eu diria que as histórias e lendas sobre a agem de Rama aqui no mundo Terra são de tempos imemoriais, apesar do esforço de alguns de dar uma datação para os feitos mitológicos.

Na Índia, história e mito se confundem, como se fossem uma coisa só. A percepção mágica da realidade faz parte do imaginário da sua cultura e do seu povo. E os textos sagrados corroboram com isto.

Santo Agostinho, Doutor da Igreja, afirmava que as escrituras sagradas deveriam ser lidas duas vezes: a primeira leitura no sentido literal e histórico e a segunda no sentido moral e alegórico. Assim deve ser lida a Bíblia, assim devem ser lidos o Mahabharata e o Ramayana.

Lugar de nascimento de Rama

 O epicentro e principal lugar de visitação é o Ram Janmabhoomi, ou Ayodhya Ram Mandir, pois se acredita que este é o local de nascimento do Senhor Rama.

O santuário é recém-construído (22.01.2024), de dimensões monumentais, e tem uma área edificada de 30.000 m2. É todo revestido de arenito e ancorado em granito. As obras de construção deverão continuar pelos próximos meses e anos, porque o complexo religioso será imenso e espetacular.

No altar central há uma pequena imagem (estátua) de Rama, e este é o principal lugar de adoração e de manifestações acaloradas de fé. Grupos de peregrinos para lá se dirigem, em fila, ao som de frases devocionais, como:

– Jay Sri Ram

E o coro, com milhares de vozes, repete:

– Jay Sri Ram!

Pura emoção participar deste momento devocional.

Incremento do turismo religioso

 A inauguração deste santuário estimulou em muito as peregrinações e o turismo religioso a Ayodhya, que já era intenso. Como tudo naquele país superpopuloso, os números impressionam: são calculados entre 100.000 a 150.000 os turistas que acorrem diariamente àquele templo.

Novas rodovias foram construídas ou estão em construção; foi realizada a modernização da malha ferroviária e um novo aeroporto recém-inaugurado – talvez único no mundo, o aeroporto tem o formato e arquitetura de um templo. A rede hoteleira está em acelerada expansão, com novos hotéis e pousadas para receberem os milhares de fiéis.

Nosso pequeno grupo de peregrinos e peregrinas estrangeiros foi pioneiro em visitar o Ram Mandir. A segurança do lugar ainda não tem um protocolo definido para acolhimento de visitantes de outros países, e o nosso o ao templo foi bastante dificultado, pelo excesso de burocracia. Mas, ao término, vencemos. Jay Jay!

Aeroporto de Ayodhya - Índia . Arquitetura na forma de um templo
Aeroporto de Ayodhya – Índia. Arquitetura na forma de um templo
 no Aeroporto de Ayodhya - Índia, com cenas do Ramayana
no Aeroporto de Ayodhya – Índia, com cenas do Ramayana


Nascimento de Rama e seus 3 irmãos. Filhos do Rei Dasharatha

 O bom rei Dasharatha de Ayhodhya, que governava o reino de Kossala por muito tempo, estava ansioso para ter um herdeiro, pois ainda não tinha filhos para suceder-lhe no trono. Seguindo o conselho dos seus ministros e sacerdotes, Dasharatha organizou um Putrakameshti Yagna, ritual de sacrifício para poder ter descendentes.

Vishnu, Deus onipotente, onipresente é onisciente, observando tudo, decidiu nascer como o primogênito de Dasharatha e fez com que um ser divino emergisse do fogo sacrificial. O ser divino deu a Dashratha um recipiente dourado cheio de néctar e o pediu que o desse para as suas rainhas beberem. Dasharatha o dividiu entre as 3 rainhas: Kausalya, Sumitra e Kaikey.

 As rainhas pegaram os vasos de ouro com a bebida sagrada e prostraram-se aos pés do preceptor Vasishta e do rei Dasaratha.

 Kausalya e Kaikey guardaram seus vasos no próprio templo e saíram para que suas criadas secassem e penteassem seus cabelos. Enquanto isso, Sumitra foi até o terraço, colocou seu recipiente na varanda e secou os cabelos ao sol. Quando foi pegar o vaso, decidida a ingerir o conteúdo, surpreendentemente uma águia desceu do céu e o carregou no bico, para muito, muito longe, e desapareceu.

Sumitra lamentou ter negligenciado a bebida sagrada, e presumiu que o rei ficaria muito triste se descobrisse o acidente. Então foi procurar Kausalya e contou-lhe toda a história. Kaikey também a ouviu. As 3 se amavam muito, como irmãs unidas por um forte vínculo de afeto.

Assim, para evitar que o rei soubesse do triste acontecimento, elas mandaram trazer outro vaso de ouro e Kausalya e Kaikey derramaram nele uma parte de suas porções, e as 3 rainhas beberam o alimento sagrado num ritual organizado para tal intento.

O tempo ou. A notícia de que as rainhas estavam grávidas espalhou-se entre o povo.Os corpos das soberanas adquiriram uma compleição que fazia brilhar os seus rostos. O 9º mês chegou. As criadas e parteiras aguardavam com alegria o acontecimento e atendiam as rainhas com muito carinho. Elas estavam nestes cuidados quando souberam que Kausalya já estava em trabalho de parto. Correram para o palácio e, no caminho, souberam que a consorte real tinha parido um príncipe (Rama). No dia seguinte, Kaikey deu à luz um filho (Bharata). A feliz notícia encheu todo o lugar de alegria. No terceiro dia, Sumitra deu à luz filhos gêmeos (Lakshamana e Satrugna)”.

(Aqui, vamos dar um salto na história e continuar com o momento em que, já adulto, Rama parte para o exílio).

Visita ao Nandigram Mandir (Bharat Mandir)

 Nos arredores de Ayodhya, zona florestal, visitamos o lugar sagrado que Bharata escolheu para praticar suas austeridades, ao longo de 14 anos – o tempo em que Rama estaria no exílio.

Bharata decidiu viver como Rama vivia, na condição de um ermitão. Deste sítio, Bharata recebia seus ministros e os orientava como bem governar o reino de Ayodhya.

Antes de tomar a decisão de viver recluso, Bharata tinha ido ao encontro de Rama na floresta de Dandaka e tentou convencê-lo a voltar do exílio e assumir o Reino de Kossala, vago após a morte do seu pai, o Rei Dasharatha.

É que Bharata havia se recusado a ser entronizado rei de Ayodhya, e decidira governar temporariamente, enquanto durasse o exílio de Rama – o verdadeiro rei, por direito.

Esse local, Nandigram, é dedicado a essa história de devoção e sacrifício. Ele honra Bharata por sua lealdade e humildade.

Mas… vamos voltar no tempo e entender essa história.

Rama é enviado ao exílio

Foi assim: o rei Dasharatha começou a sentir o peso da idade sobre si e decidiu entronizar Rama, o seu primogênito e herdeiro, como novo rei de Ayodhya. O povo exultou de alegria, todos os habitantes do reino já devotos de Rama. Contudo, a rainha Kaikey, sua 3ª esposa e mãe de Bharata, influenciada por Manthara, sua empregada má, por inveja questiona porque o filho de Kausalya, e não o seu filho, no momento ausente da cidade, iria se tornar rei.

Kaikey recordou a Dasharatha que, no ado, ele havia prometido satisfazer-lhe 2 desejos, como gratidão por ela ter-lhe salvado a vida no campo de batalha, após ter sido gravemente ferido.

Ela agora pediria a realização desses desejos. Dasharatha concordou, e Kaikey revelou as suas exigências: 1º, que ele designasse o seu filho, Bharata, como o novo rei de Ayodhya e; 2º, que mandasse Rama, por 14 anos, ao exílio na floresta.

Dasharatha, abatido, não pôde recuar de sua promessa, e assim o fez. Rama, filho obediente, imediatamente concordou em renunciar ao trono e partiu para o exílio, na companhia de sua esposa Sita e de seu afetuoso irmão Lakshamana.

Logo após a partida de Rama, prostrado de dor, o rei Dasharatha morre de desgosto, com o doce nome de Rama nos lábios. Ele pronunciava, com arrependimento, saudade e devoção:

– Rama… Rama… Rama… e faleceu.

Bharata retorna a Ayodhya

Bharata é chamado de volta a Ayodhya para o funeral do pai, e toma conhecimento do sucedido. Furioso, repudia a atitude da mãe, e se recusa a assumir o trono, por não ser um usurpador, e vai ao encontro de Rama na floresta, para tentar convencê-lo a retornar a Ayodhya e assumir o trono, que por direito era seu.

Rama se recusa a retornar antes dos 14 anos prometidos, pois deveria realizar o desejo do pai. E orienta Bharata a governar o reino de Ayodhya. Este aceita ser um governante provisório, enquanto durasse o exílio.

Rama expôe a Bharata uma doutrina de ética política

“Nosso maior dever é cumprir rigorosamente as ordens de nosso pai. Só fazendo isso teremos todo o bem que desejamos e obteremos renome duradouro. Esse caminho é aquele aprovado pelos Vedas. Os Vedas declaram que quem reverenciar as ordens do preceptor, pai e mãe, e trilhar no caminho reto, será um nobre exemplo para todos.

“Você deve estar sempre ciente desta verdade; remova o véu da dor, assuma a responsabilidade do império, reine por quatorze anos com justiça e retidão para com o seu povo. O rei é a face do estado. Assim como comer e beber fortalece e ativa o corpo, o rei alimenta e sustenta cada parte de seu povo. A mente abriga todos os tipos de gostos e desgostos, da mesma forma, o rei é responsável por todos os movimentos e mudanças no campo político.

As sandálias de Rama

Após esta preleção, Rama, em sua infinita graça, desamarrou suas sandálias e as entregou a Bharata, que as aceitou com reverência e as colocou em sua cabeça. Lágrimas fluíram de seus olhos como os rios gêmeos, o Ganges e o Yamuna.

Bharata não conseguiu encontrar palavras para expressar sua felicidade. E falou:

– Estas não são as sandálias usadas pelo oceano da misericórdia. Elas são guardiões da vida e da prosperidade! Estes são os baús que guardam o precioso tesouro do amor filial de Rama, são as portas que protegem o forte que guarda a fama real do clã Raghu. São duas mãos que estão sempre dedicadas a tarefas positivas e amorosas. Elas são os verdadeiros olhos do universo, os símbolos de Sita e Rama contidos nelas.

Bharata exaltou as “sandálias” desta forma e dançou ao redor delas, com verdadeira felicidade e gratidão.

Já em Ayodhya, colocou as sandálias no trono, representando Rama.

Cecilia Maringoni e as sandálias de Rama
Cecilia Maringoni e as sandálias de Rama
Juarez Bomfim e as sandálias de Rama
Juarez Bomfim e as sandálias de Rama

Mani Parvat: O Monte Místico

Uma outra historia (lenda) relacionada a este lugar sagrado, Nandigram, a seguir.

Acredita-se que Mani Parvat (o monte místico) é uma parte da Montanha Sanjeevani (Dronagiri) que o general Hanuman trazia consigo do Himalaia, com as ervas que curariam Lakshamana, atingido mortalmente no campo de batalha, na guerra de Rama contra o rei-demônio Ravana, que havia raptado Mãe Sita.

Ao sobrevoar o Reino de Ayodhya, rumo a Ilha de Lanka,  Hanuman foi atingido pela flecha do shatriya (guerreiro) Bharata, irmão de Rama, que o confundiu com um inimigo rakshasa.

Hanuman tombou ferido, e com ele a montanha Sanjeevani, que se rompeu parcialmente, e uma pequena parte dela permaneceu em Ayodhya.

Na gravura, Bharata apontando sua flecha para Hanuman
Na gravura, Bharata apontando sua flecha para Hanuman

Trecho do Ramayana (adaptado e traduzido do Ramakhata, de Sai Baba)

“A caminho de Lanka, já à noite, Hanuman atravessou a cidade de Ayodhya. Naquele momento, Bharata estava acordado, preocupado com o que poderia acontecer com seu irmão Rama, exilado na floresta. De repente, uma sombra apagou a luz da Lua. Era a sombra de Hanuman que carregava a montanha, mas Bharata, acreditando que aquele macaco levando tal carga era um rakshasa, que assumira aquela forma para realizar alguma perversa missão, decidiu acabar com ele antes que pudesse causar algum dano.

“Com seu arco disparou uma flecha, tensionando a corda ao máximo e com pontaria certeira. Quando a flecha atingiu Hanuman, ele soltou um grito dilacerante: “Rama!” Ao ouvir esse nome, Bharata correu atordoado em direção ao macaco caído. Dos lábios de Hanuman ele ouviu tudo sobre sua missão e da urgência do seu encargo.

“Bharata foi dominado pela dor; abraçou Hanuman e implorou-lhe que o perdoasse pelo seu torpe proceder. Depois, começou rezar para que a este vanara (macaco) sua saúde e força fossem restauradas. Aquele lamento profundo de Bharata e a expressão de um pedido tão firme fizeram com que a dor de Hanuman desaparecesse, e ele sentou-se recuperado e cheio de energia.

Bharata lhe disse:

– Hanuman, desculpe meu proceder. Não devo lhe provocar mais atrasos. Voe com a montanha Sanjeevani levando o precioso remédio que pode curar Lakshamana”.

Pesquisas científicas confirmam o mito

 Há uma outra comunidade, aos pés do Himalaia, de nome Dwarahat, onde também existe um morro que, segundo a lenda, é uma parte da montanha Sanjeevani que caiu dos céus, durante o heroico voo de Hanuman para tentar salvar Lakshamana dos seus graves ferimentos no campo de batalha.

Um swami de um ashram local (Dwarahat), também especialista em botânica, estuda há mais de 30 anos a vegetação daquela região e tem provas catalogadas de que, naquele morro específico, crescem plantas curativas que não se encontram em nenhum lugar daquele território, apenas lá, no morro de Hanuman.

Guptar Ghat no Rio Sarayu. Lugar do Jal Samadhi de Rama

(Um outro lugar de peregrinação que fizemos em Ayodhya, foi a visita ao sagrado Rio Sarayu).

O Guptar Ghat é um lugar sagrado de visitação em Ayodhya, pois os devotos acreditam que foi ali, no Rio Sarayu, que o Senhor Rama imergiu nas suas águas para retornar aos céus, sua verdadeira morada.

Ghats são escadas de alvenaria para o aos rios sagrados da Índia. O Guptar é o principal ghat de Ayodhya, e  nas margens daquele sagrado rio concentram-se muitos templos de devoção dos peregrinos. Nas tranquilas águas do Rio Sarayu se tomam banhos purificadores, prazerosos eios de barcos e realizam-se pescarias.

O rito praticado pelo Senhor Rama de imergir nas águas do rio para o seu mahasamadhi, após o cumprimento da missão aqui na Terra, é chamado de Jal Samadhi, e serve de modelo e exemplo de sepultamentos de swamis (mestres espirituais) na Índia.

De acordo com a tradição, existem três procedimentos funerários principais para pessoas que fizeram o Mahasamadhi: Bhu Samadhi (enterro na terra), Agni Samadhi (cremação) ou Jal Samadhi (imersão na água do rio). Embora os swamis sejam ocasionalmente cremados, o enterro e a imersão em água são considerados por muitas Ordens de Swamis como um sinal de grande respeito.

Guptar Ghat no Rio Sarayu
Guptar Ghat no Rio Sarayu
Juarez Bomfim e Cecilia Maringoni, eio de barco no sagrado Rio Sarayu
Juarez Bomfim e Cecilia Maringoni, eio de barco no sagrado Rio Sarayu


Jay Sri Rama

Após o cumprimento de sua missão aqui na Terra, Rama se dirigiu para a margem do Rio Sarayu. Bharata caminhou do seu lado direito e Satrugna do seu lado esquerdo. Atrás deles estavam os ministros e o povo da cidade. Entrando na água, Bharata fundiu-se no Senhor; Satrugna tocou a água e brilhou no lótus, fundindo-se também na Essência Divina.

O Senhor pronunciou uma bênção, que qualquer pessoa que visita-se àquela terra sagrada de Ayodhya e se banhasse no sagrado Rio Sarayu O alcançaria.

Jay Sri Ram!


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