Na peregrinação espiritual que fizemos por lugares sagrados da Índia (2024), eu, Juarez Bomfim e a amada consorte Cecilia Maringoni, visitamos a ‘caverna de Mahavatar Babaji, em Kukuchina, Dunagiri, norte da Índia, próximo à pequena e simpática Vila de Dwarahat, com seu colorido mercado de rua, residências e alguma hotelaria.
Quem revelou ao mundo este imortal mestre-iogue foi Paramahansa Yogananda, no seu definitivo livro ‘Autobiografia de um Iogue’, obra iniciática que nenhum buscador espiritual deveria deixar de ler.
Quem é Mahavatar Babaji
Não existem referências biográficas sobre Babaji, segundo Yogananda. O grande guru jamais apareceu ostensivamente em qualquer século; publicidade não tem lugar em seus planos milenares. Semelhante ao Criador, único mas silencioso Poder, Babaji opera em humilde anonimato.
(Há um ser mítico que se manifesta na Bíblia Sagrada, com características semelhantes: Melquisedeque).
Jamais se descobriram quaisquer dados delimitadores da família e do lugar de nascimento de Babaji. Quando alguns tentam escrever sua biografia, a impressão que se tem é que estão falando de um outro ser, homônimo.
Este maha (grande) avatar (divindade que desceu à Terra) adotou o singelo nome de Babaji (Reverendo Pai). Yogananda pergunta: “tem, acaso, importância que desconheçamos o patronímico de um mestre completamente liberto?”
O imperecível guru não mostra sinais de idade em seu corpo; parece um jovem de vinte e cinco anos e conserva sua forma física há séculos, talvez milênios. De epiderme clara, constituição e estatura medianas, o belo e vigoroso corpo de Babaji irradia um brilho perceptível. Seus olhos são pretos, serenos e ternos; seu longo e lustroso cabelo é cor de cobre – assim o descreve os afortunados que estiveram frente a ele.
Seu corpo incorruptível não requer alimento; o mestre, por isso, raramente come. Ao visitar os discípulos, num gesto de cortesia, aceita, ocasionalmente, frutas ou arroz cozido em leite e em manteiga. Este avatar usa geralmente o idioma hindu, mas conversa facilmente em qualquer língua. “O estado espiritual de Babaji está além da compreensão humana” explica Sri Yukteswar.
Materialização de um Palácio de Ouro no Himalaia
O encontro de Lahiri Mahashaya com o seu guru, Babaji, é cercado de prodígios e mistérios. Assim aconteceu: Lahiri, contador do Departamento de Engenharia Militar do Governo Colonial Britânico, é transferido intempestivamente para um escritório em Ranikhet, no Himalaia.
– Vejo que meu telegrama surtiu efeito – lhe diz Babaji – Refiro-me ao telegrama que o trouxe a estas regiões isoladas. Fui eu quem silenciosamente sugeriu à mente de seu chefe esta transferência para Ranikhet. Quando alguém sente a sua unidade com os homens, todas as mentes se convertem em estações transmissoras, através das quais é possível operar à vontade.
Babaji o faz recordar que era o seu mestre numa encarnação anterior. E lhe inicia na Kriya Yoga em um local mais do que especial: um palácio de ouro, que Babaji materializou. Esses feitos se am dentro da caverna que nós, Juarez e Cecilia, então visitávamos (2024), em Kukuchina, Dunagiri.
No local indicado onde ocorreu o prodígio da materialização do palácio de ouro, localizado um pouco antes da caverna de Babaji, foi edificado um modesto santuário, pela Yogoda Satsanga Society of India (Self Realization Fellowship) – que adquiriu a montanha como sua propriedade, à título de preservação do lugar sagrado.
Assim Lahiri descreve o espetacular monumento: “erguia-se, diante de nós, um vasto palácio de ouro rutilante. Com adornos de incontáveis jóias, situado entre jardins paisagísticos, refletido em lagoas tranqüilas – um espetáculo de grandeza ímpar! Altas arcadas apresentavam complicadas incrustações de grandes diamantes, safiras e esmeraldas. Homens de semblante angélico postavam-se em portões rubros de resplendentes rubis”.
Um chela (discípulo) de Babaji, cicerone de Lahiri por aqueles magníficos salões dourados, revela o transcendental fenômeno:
“Nada existe de inexplicável acerca desta materialização. O cosmo inteiro é uma projeção do pensamento do Criador. Este pesado torrão de terra, flutuando no espaço, é um sonho de Deus. Ele extraiu de Sua mente todas as coisas.
(…) “Primeiramente, o Senhor criou a Terra no plano da idéia. Insuflou-lhe vida; a energia atômica e depois a matéria aram a existir. Ele coordenou os átomos da Terra de modo a formar uma esfera sólida. A vontade de Deus mantém a coesão de todas as moléculas. Quando Ele retirar Sua vontade, todos os átomos da Terra se transformarão em energia. A energia atômica regressará à sua fonte: a Consciência. A idéia “Terra” não mais terá existência objetiva.
(::.) “Sintonizado com a infinita Vontade onipotente, Babaji pode ordenar aos átomos elementares que se combinem e assumam qualquer forma. Este palácio de ouro, instantaneamente criado, é real – no mesmo sentido em que o nosso planeta é real. Babaji tirou de sua própria mente esta bela mansão e está mantendo unidos os átomos pelo poder de sua vontade, assim como o pensamento de Deus criou o nosso planeta e Sua vontade o mantém”.
E o acompanhante de Lahiri concluiu:
“- Quando esta estrutura tiver servido a seu objetivo, Babaji a desmaterializará”.
A caverna de Babaji
Nós, Juarez e Cecilia, após subirmos uma íngreme ladeira de trilhas e degraus de pedras, duro sacrifício para idosos peregrinos, adentramos a caverna de Babaji e, em reverência, meditamos sobre os poderes de Deus.
“Para Deus nada é impossível” (Lucas 1:37).
Em respeitoso silêncio meditativo, sentimos a invisível presença do mestre imortal, lembrando das palavras do seu discípulo Lahiri Mahashaya:
– Sempre que pronuncie com veneração o nome de Babaji, o devoto atrai uma bênção espiritual instantânea.
Jay Guru jay!
Vídeo sobre a Caverna de Babaji:
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