No dia 12 de março de 2025, o projeto Mais pelo Jornalismo (MPJ) divulgou um estudo que aponta a extinção de 2.352 mídias jornalísticas no Brasil ao longo dos últimos 10 anos. O levantamento, realizado com base no cadastro de mídias da plataforma I’Max, mostra que, entre 2014 e 2024, 13.147 veículos de mídia (entre jornais, rádios, TVs e portais) encerraram suas atividades, enquanto 10.795 novos veículos foram criados. O estudo também inclui uma análise de veículos impressos e rádios em cidades com até 100 mil habitantes.
Impacto no Jornalismo local e regional 1o86k
O estudo revela que, dentre as 2,4 mil estações de rádio analisadas, 52% (1.248) não possuíam portal de notícias, enquanto 21% (214) dos mil veículos de mídia escrita não possuíam site próprio. Esses dados indicam uma desconexão entre a migração digital do jornalismo e a dificuldade de adaptação de veículos locais e regionais, resultando em uma perda significativa de informação e conteúdo jornalístico em muitas comunidades.
Pandemia e recuperação do setor 231s42
Fernanda Lara, CEO da I’Max, explicou que o período da pandemia teve impacto direto na extinção de veículos jornalísticos, especialmente entre 2021 e 2022, quando os números de extinções foram mais altos. No entanto, Fernanda observou uma leve recuperação nos últimos dois anos, 2023 e 2024, com o surgimento de novos veículos de comunicação, muitos deles independentes e criados por news influencers. Apesar dessa recuperação, o déficit ainda é considerável, já que em 2020 o saldo de extinções estava em 1.429 veículos, um número significativamente inferior.
Desafios no financiamento e sustentabilidade 1q4c57
Apesar do aumento de novos formatos de comunicação, Fernanda Lara ressalta que o financiamento do jornalismo continua sendo uma das maiores dificuldades. Muitos veículos novos dependem de apoiadores, vaquinhas virtuais e editais públicos para se manterem em operação. A CEO afirmou que, mesmo com a recuperação, o cenário de dificuldades persiste e que iniciativas que incentivem a sustentabilidade financeira do jornalismo local e independente são essenciais para a sua continuidade.
Transição digital e mudanças no Jornalismo 1h71v
A pesquisadora Claudia Nonato, do Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho da ECA/USP, afirmou que, nas últimas décadas, houve uma migração dos jornalistas de veículos tradicionais para as plataformas digitais. Esse movimento foi acompanhado pela mudança nas verbas publicitárias, que migraram para o digital, tornando difícil a sobrevivência dos pequenos veículos tradicionais. Nonato observa, contudo, que houve novos formatos e modelos de financiamento no digital, como jornalismo local e rádios comunitárias, além da redução de 9,5% no número de municípios desertos de notícias.
Desinformação e reinvenção do profissional g3f3s
Um dos principais desafios apontados por Nonato é o impacto da desinformação na sociedade e no processo político. Ela destacou que o jornalista precisou se reinventar, ando do analógico para o digital, assumindo novas funções e enfrentando redução de equipes e baixos salários. Para ela, o financiamento dos novos veículos, muitas vezes dependente de fundações ou ajuda pública, continua sendo um ponto crítico para a sustentabilidade do setor.
*Com informações da Agência Brasil.
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