Reportagem de Fabio Serapião — publicada nesta quinta-feira (12/06/2025) no site Metrópoles — revela que o senador Angelo Coronel (PSD-BA) confirmou, em entrevista concedida ao portal Metrópoles, que foi o padrinho político de Rafael Guimarães, coordenador do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) na Bahia, alvo da Operação Overclean da Polícia Federal (PF). Apesar disso, o parlamentar negou qualquer envolvimento com a empresa investigada e reiterou que suas emendas parlamentares destinavam-se apenas à autarquia.
Rafael Guimarães aparece em gravação obtida pela PF demonstrando preocupação com decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que poderiam levar ao bloqueio de “muito dinheiro de senador”. A conversa ocorreu com o empresário Alex Parente, dono da Allpha Pavimentações, também investigado e preso na primeira fase da operação.
A Allpha detém contratos superiores a R$ 150 milhões com o Dnocs, majoritariamente financiados por emendas do relator, instrumento do chamado orçamento secreto.
Angelo Coronel reconhece autoria de emendas 76bc
Ao ser questionado sobre a gravação, Angelo Coronel afirmou: “Se ele cita senador, eu sou um dos citados, porque eu coloquei”. O senador indicou emendas ao Dnocs em 2020, mas sustentou que os recursos não foram efetivamente executados, conforme informado por sua assessoria.
Coronel reiterou não conhecer os irmãos Alex e Fabio Parente, responsáveis pela Allpha Pavimentações, e afirmou que não tem relação com a empresa, que foi selecionada pelo Dnocs com base em atas de registro de preços.
“Zero, zero, zero. Não conheço ele e também não destinei nenhuma emenda diretamente à empresa“, declarou Coronel.
Pressão por execução de obras 603k3v
O senador reconheceu que pressionou o Dnocs para a execução de obras associadas às emendas parlamentares, como fazem diversos congressistas. Segundo ele, a pressão se justifica pela necessidade de entrega das obras nos municípios contemplados.
“Todos os parlamentares cobram: ‘Cadê a obra?’ Isso é normal”, disse o senador.
Operação Overclean: apuração de desvios e corrupção 6k4a6o
A Operação Overclean teve início a partir da investigação de desvios em contratos do Dnocs, mas se expandiu após quebras de sigilo telemático, gravações ambientais e relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A terceira fase foi deflagrada em abril e inclui suspeitas de obstrução de Justiça, corrupção, fraudes licitatórias e lavagem de dinheiro.
A investigação identificou atuação de um grupo empresarial com conexões políticas em diversos contratos públicos. O empresário José Marcos Moura, conhecido como Rei do Lixo, é apontado como elo entre os operadores e o meio político. Também surgiu o nome de Gabriel Mascarenhas Sobral, suspeito de atuar como lobista em dois ministérios do governo federal.
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